sexta-feira, 30 de abril de 2010

Amigos de Biblioteca

Lembro de todas as conversas que tivemos... Primeiras conversas sobre o gosto de cada um, interesses, objetivos, sonhos, jeito de pensar... Primeiras histórias sobre traumas e sobre vitórias, histórias cômicas e, mesmo que, histórias tristes, formas alegres de contá-las. Formas cheias de esperança, consolo, conforto e fé em um futuro melhor. Tudo muito novo. Até o passado se desvendar completamente, como um livro maravilhoso que acabamos de ler.

E quando fui recontar tal conto, uma vez muito importante, recebi um sonoro “Você já contou essa”, como se aquilo não fizesse mais parte da minha história apenas porque foi lida uma vez. Agora é só esperar pelas novidades que ainda não foram escritas, para atualizar o meu histórico e dividir novas histórias com aqueles amigos. Mas ao mesmo tempo em que atualizo com novos contos, eles também atualizam. E mudamos constantemente. E as histórias se desencontram.

Às vezes, pulamos uma página sem querer e não entendemos como a história tomou um rumo diferente. Estamos cansados demais crendo que mais tarde tudo será explicado na última pagina.
Não temos mais tempo para ler contos novos, estamos ocupados demais escrevendo os nossos...

Então se quisermos fazer parte dos contos novos dos amigos ou se quisermos esses amigos nos nossos contos, teremos que manter contato. Ou nossas histórias serão apenas um bom livro esquecido lá na prateleira.
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Escrevi esse texto há um tempo e hoje, quando o reli, percebi nas palavras o meu desespero em perder amizades com quem criei belas histórias... E ri. Se eu soubesse que algumas dessas amizades se afastariam para escrever contos de drama e terror talvez eu não tivesse me preocupado tanto em tê-las nas minhas novas aventuras - ou em eu estar nas delas. Quem sabe um dia façamos um crossover?

Sim, as nossas histórias realmente viraram apenas um bom livro na nossa prateleira de favoritos... Que agora está quase cheia de bons novos livros.

Percebi que quando gostamos e ficamos envolvidos em uma história, sempre vamos desejar que ela dure mais um pouquinho. Essa sensação não passa com os anos. A única forma de driblar esse sentimento é nos distrairmos escrevendo mais uma história... Que passaremos a amar e querer que dure mais um pouquinho...

Agora, mudando de saco para mala, antes que eu comece a chorar (rsrs) deixo aqui como indicação o blog de um amigo meu, o Guilherme. :)

http://meuanseio.wordpress.com

Lindo. Simplicidade e sinceridade nas palavras. Vale a pena ler. ;)

sábado, 17 de abril de 2010

Luz de Esperança

Quando se está na escuridão, as estrelas e qualquer luz no céu se tornam anjos. E com brilho nos olhos pedimos ajuda aos nossos irmãos e irmãs, todos criados pelo mesmo Deus.

Pedimos ajuda ao vento para que leve nossa voz e nosso cheiro a alguém. Pedimos para a Lua, conexão dos apaixonados, para que conecte nosso olhar com o de alguém que de longe olha com as mesmas esperanças. Pedimos ao pólen que se espalhe pelos campos afora, que perfume o mundo dos desesperados. Pedimos a estrela cadente e a joaninha. Pedimos e atendemos pedidos em conexão com o mundo. Corremos a fazer nossa parte confiando no mundo, no poder sagrado da vida.

Pedimos ao arco-íris que brilhe mais e mais, esquecendo da sinfonia do sol e da chuva, esquecendo que é tudo um conjunto. E as nuvens escuras e leves se aproximam para fazer um contraste e nos mostrar um arco-íris mais luminoso.

Pedimos ao Sol, um lindo pôr-do-sol, esquecendo que ele está apenas fazendo o mesmo trajeto de sempre, esquecendo de pedir carinhosamente as nuvens que nos deixem enxergar o pôr-do-sol mais coloridamente harmônico que já se viu... E algumas coisas se perdem. E direcionamos nossos sonhos as coisas falsas, coisas que não condizem com nossas esperanças.

Mas quem poderá ser culpado? A estrela que não realiza desejos ou as pessoas por ainda terem um pouco de esperança?