sábado, 30 de novembro de 2013

Adeus - Fim do Blog!

Andei relendo postagens antigas onde eu expunha minhas ideias e notei três tipos:
1.    Ideias que mudaram.
2.    Ideias que não mudaram.
3.    Ideias que foram aperfeiçoadas.
Eu queria pegar todos esses textos e modificá-los e formá-los em um só, tipo, uma linha do tempo, fazendo observações e tal. E talvez eu o faça. Acho interessante registrar essas mudanças de pensamento. O mundo tem registros da sua história para que não cometamos o erro de repeti-los caso venhamos a achar uma boa ideia, então por que não registrar a nossa história? Podemos observar mais tarde o que é subjetivo e o que não é e o porquê disso diminuindo, assim, as nossas duvidas e nos tornando mais seguros de nós mesmos.
Observei que, às vezes, escrevemos coisas que nem lembrávamos porque ao longo do tempo nossa mente se focou em outros pontos modificando nossa ideia inicial, alterando ou eliminando-a. Outras nos lembramos como se fosse ontem, por ainda estarmos questionando-as.
Então, temos aquelas ideias que já descartamos pela experiência de vida e outras que só confirmamos.
A ideia inicial é subjetiva, mas não consciente. Geralmente, é repudiar o “mal” e fazer ou outros repudiarem também (ter conhecimento da existência do “mal”). Depois passa a ser subjetiva e consciente, refletir sobre a complexidade com o qual as pessoas têm de lidar (questionar a origem do mal). Só então, vira objetiva, e aí sim a chance de solucionar e realizá-la é maior.
Percebemos que alguns problemas dependem da nossa forma de pensar e por isso não mais perderemos tempo atacando-os. Gastaremos nosso tempo e energia com problemas que independem da nossa interpretação e opinião. Problemas reais.
Antes meus questionamentos eram sobre paz e por que as pessoas tinham que ser tão más, sabendo que outras sofriam. Bastava apenas elas serem boas e tudo estaria resolvido, em harmonia com a Terra, a Natureza, o Universo... E tudo na vida era arte! Quem me conhece sabe que eu era bem “paz e amor”.
Hoje eu vejo que não é bem assim. Quer dizer, eu ainda sou “paz e amor”, mas com maior senso crítico. O que eu não entendo é como algumas pessoas mudaram para pior, porque a tendência é evoluir. Ou seja, será que esses meus registros não significam nada? A verdade é que a evolução também é subjetiva. Eu evoluí, mas não para fora. Para dentro. Pois ainda sou “paz e amor” e ainda desejo isso, mas não de um modo simplista.
E por isso vou abandonar o blog para escrever algo mais complexo que pode demorar anos: Um livro. E vou usar alguns textos daqui como base para a estória que terá um paralelo com a vida real da personagem com um conto de fadas que ela escreve.
Agradeço as visitas que vocês fizeram por aqui e o incentivo de cada um (seja para dizer que escrevo bem ou para dizer que não escrevo bem, mas que escrevo de forma divertida ou que não escrevo de forma divertida, mas que tenho conteúdo ou que não tenho conteúdo, mas pelo menos eu saí alfabetizada da escola ‘-‘) mesmo que hoje em dia a correria impeça de escrevermos e lermos nos blogs um dos outros como antigamente que havia comentários para serem lidos. Me senti Zooey Deschanel em “Sim, Senhor” agora, agradecendo a meia dúzia! Hahaha! Mas é isso. Foi essa meia dúzia que me incentivou ou que pelo menos me acompanhou a ponto de não me deixar enlouquecer com minhas ideias engasgadas na garganta. Então, muito obrigada e quem quiser pode dar uma olhada por aí porque não vou excluí-lo. Quero voltar daqui a alguns anos e lê-lo novamente... Ver o que foi subjetivo e o que foi objetivo, huehuehuehue!

Thanks, guys!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Críticas a Mim Mesma [FIM] - O Resultado

Ufa! Que difícil admitir isso! Me sinto mais descontraída! :)
Então, recapitulando: Eu descobri que queria tanto tanto tanto a atenção daquela pessoa porque isso faria eu me sentir importante. Eu seria o interesse de alguém que acredito que só se interessa por coisas interessantes, logo, eu seria interessante. Mas houve uma pergunta - que não vou expôr aqui - que me fez dar a seguinte resposta:

"Me incomoda porque eu o amo, e ele sendo indiferente comigo significa que meu amor, que é a coisa mais preciosa que um ser humano poder ter, o amor próprio, não é o suficiente. é como dizer para uma vida que ela não tem sentido, que ela já pode ir embora da terra porque o que ela tem de tão precioso, que é o amor, não está valendo muita coisa."

Quando eu li essa minha resposta fiquei um tanto horrorizada. Meu amor estava com defeito. Aquela resposta não estava muito com cara de amor porque se eu o amasse eu ficaria genuinamente feliz por ele, respeitaria a época de amizade que vivemos, respeitaria a vida que ele decidiu seguir, e respeitaria a minha vida! A vida que eu estava levando, que eu decidi levar.

E as pessoas notam quando não nos respeitamos, quando nos deixamos a deriva, quando estamos infelizes. E se quem nota isso for uma pessoa boa e decente, ela vai acabar se afastando da gente. E se for uma pessoa má, ela vai se aproveitar e nos desrespeitar mais ainda. As pessoas boas e decentes deveriam ficar conosco e nos ajudar? Eu acredito que elas sempre tentam. Mas se não nos respeitamos, se estamos insatisfeitos com nossa vida e não fazemos nada para mudar, acabamos nos tornando pessoas tóxicas. E elas fazem muito bem em se afastar. Não nos afastamos de gente babaca? Por que elas não se afastariam?

Notei que eu estava sendo uma pessoa tóxica e mesquinha e deveria me perguntar mais vezes o que me deixava triste e feliz. Sim, feliz também. O exercício é para qualquer sentimento intenso, não só os ruins. Eu ficava feliz quando a tal pessoa vinha falar comigo, o dia ficava até mais colorido, mas eu ficava feliz porque tinha meu ego massageado por ela ter me dado atenção e não por ela ter falado alguma coisa que me acrescentou em algo. Então era um péssimo motivo para ficar feliz. E acredito que o que nos motiva diz muito mais a respeito de nós mesmos do que o que fazemos.

Por exemplo: Harry Potter!

[MOMENTO DISPERSÃO]
Me aproximei de pessoas não tão legais por elas gostarem de algo que eu também gostava. Tínhamos o mesmo interesse! Quando conhecemos alguém que gosta de algo que também gostamos temos a sensação de que somos super iguais! Daí você vai ver, a pessoa é da Sonserina, você é da Corvinal. Ela tem uma tatuagem da Marca Negra, você tem uma tatuagem do Pomo de Ouro. Ela detesta a personagem tal e você a ama... Quer dizer, dentro do universo de Harry Potter, vocês tomam caminhos diferentes. Eu me interessei por Harry Potter por um motivo e pessoa por outro. O interesse podia ser o mesmo, mas os motivos não.

Eu sei, não se faz amizade com alguém só porque a pessoa ama hambúrguer e você também. Mas na época isso não estava tão claro para mim, até porque adolescentes sempre querem se encaixar em algum lugar e eu não fugia a regra. Claro, nunca fui do tipo que tentava me encaixar em qualquer grupo a todo custo, tinha meus princípios e preferia andar só a ter que traí-los. Mas encontrar finalmente pessoas que gostavam das mesmas coisas que eu foi ótimo! Quando isso acontece corremos o risco de nos apegar e quebrar a cara.
[/MOMENTO DISPERSÃO]

Então me apeguei em algumas pessoas sim e coloquei muita expectativa nelas. Porque quando admiramos muito alguém acabamos caindo nessa armadilha de que a pessoa é a tal e que precisamos da aprovação dela para estarmos nos padrões elevados dela e metemos os pés pelas mãos e, querendo essa aprovação, acabamos nos magoando porque a pessoa é tão normal quanto nós e nós tão capazes quanto ela. E assim as coisas ficaram mais saudáveis para mim: quando notei que a tal pessoa poderia ser alguém que eu poderia aproveitar muita coisa se parasse com essa ideia de que eu tinha que ser interessante para ela. Eu me liguei que poderia crescer com isso e que naturalmente, crescendo, ficaria mais interessante porque alguém que se coloca para baixo, por mais que tenha coisas interessantes acontecendo em sua cabeça, se não colocar para fora, em prática, não fará diferença.

O que me doía na convivência com essa pessoa era que eu tinha a expectativa de que um dia ela veria quão "foda" eu era e que ela só não dava a devida atenção que eu achava ser merecedora porque ela não tinha notado ainda. Olha a cabeça da louca! O que eu faço da minha vida que é tããão especial a ponto que ela escolha dar atenção a mim ao invés dos outros? Eu não sou uma alma desencarnada no Universo para que a pessoa se apaixone apenas pela minha mente, meu espírito. Eu não sou uma bola de luz, não morri ainda. Eu estou na Terra, num plano material, que precisa de atitudes físicas! E me perguntei "o que faço de bom?" e a resposta foi "eu não faço nada".

Todos temos um potencial dentro da gente, sabemos no que somos bons e esperamos que os outros enxerguem isso magicamente  em nós. "Ah, mas eu sou uma boa pessoa"... Mas ser boa pessoa não basta. Quantos "cidadãos de bem" tem por aí? Era quase o mesmo argumento que eu dava pra mim mesma. Eu não quero ser cidadã de bem, que não mata e não rouba. Quero ser mais que isso. Não matar e não roubar é o básico. Eu não quero mais ser o básico. Então decidi que ia me desapegar dessa vaidade porque temos um medo de nos ferrarmos e dos outros nos criticarmos, de tomarmos uma decisão errada, parece que não podemos errar nunca! Temos um pavor de tomar no cu, que minha nossa!

Mas acho que esse exercício funcionou para mim porque:

1. Não era alguém falando aquelas coisas para mim, então eu não precisei ficar na defensiva, pude responder honestamente.

2. Meus questionamentos eram o porquê de EU ME SENTIR como eu me sentia em determinadas situações.

E enfim, temos que parar de ter medo de tomar no cu!

[MOMENTO BAIXARIA]
As pessoas tem medo de tomar no cu porque não sabem tomar no cu! Quando tu sabe tomar no cu, a experiência fica leve e prazerosa. Quando tu não sabe tomar no cu, assa e dói. Então a pergunta que temos que fazer não é "será que vou tomar no cu?" e sim "como faço para que não doa quando eu tomar no cu?" porque, meus amigos, no cu, todo mundo vai tomar! Mais cedo ou mais tarde. O problema é a vaidade das pessoas, elas querem tomar no cu de forma bonita!

Sim, isso ainda é uma analogia para se ferrar, fazer escolhas ruins. Espera que tem mais!

É por isso que dói! A pessoa não tá relaxada, não tá fazendo só por ser prazeroso e sim se vai ficar esteticamente aceitável pra quem estiver vendo, então a pessoa fica pensando que posição ela tem que ficar para não aparecer a celulite ou a estria, mas ao mesmo tempo tem que esticar o pescoço pra não aparecer a papada, e tem que ficar desconfortavelmente curvada para realçar a cintura e o cabelo não pode estar bagunçado... E aí a gente não curte a vida, não desfruta nem aproveita porque os outros podem achar feio a gente tomando no cu. Mas se estivermos relaxados e não ligando pro que os outros vão pensar caso a gente acabe tomando no cu, acaba sendo uma experiencia boa. Se o nosso foco for curtir a experiencia e não ficar pensando "será que vão achar feio o que estou fazendo?", "será que vão criticar minhas escolhas caso eu tome no cu?" não vai ser nem um pouco desconfortável. Se criticarem, agradeça a preocupação. Fim. Não é um bicho de sete-cabeças. E se nos se enganarmos com as pessoas e com as escolhas, nos enganamos e pronto! Então vivamos a vida e tomemos no cu quantas vezes forem necessárias! \o/

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Críticas a Mim Mesma [PARTE III] - O EXERCÍCIO

Vou dar um exemplo de como é o exercício que fiz. Você questiona o que sente e responde. Depois questiona a resposta que deu e responde. E assim sucessivamente. Sempre focando no porquê de você se sentir assim.

Por que ME INCOMODA que fulano me ignore?

Observado? A pergunta não foi "por que fulano me ignora?" e sim "por que EU ME INCOMODO com isso?"

Porque se ele age com indiferença, quer dizer que não sou importante para ele.

Por que não ser importante para ele me incomoda?
Porque ele é inteligente e dedica atenção e tempo a coisas interessantes.

Por que ele se dedicar a outras coisas e não a mim me incomoda?
Porque isso significa que eu não sou interessante para alguém que acredito só se dedicar a coisas interessantes.

Por que ser objeto de interesse dele é importante para mim?
Porque me elevaria na mesma posição dele, faria eu me sentir tão especial quanto ele.

E o que ele tem de tão especial para mim?
É interessante, focado, segue seus sonhos, não se deixa levar por conversas mesquinhas e supérfluas só para ter o ego massageado.

Se isso o torna interessante por que não admirar e se espelhar no comportamento dele ao invés de querer que ele se interesse por algo que não é do interesse dele e acabe desviando do seu foco?
Se ele apenas se interessar por mim eu não terei que fazer esforço para ser interessante. Mas de fato, se eu me tornar uma pessoa focada, que segue meus sonhos e não me deixa levar pelo meu ego, crescerei mais rapidamente e não precisarei da aprovação dele porque estarei segura de mim.

Esse foi apenas um trechinho para exemplificar bem o exercício. Caso não tenha ficado claro, explico: as pessoas são um espelho! Quando não conseguimos enxergar nossa imagem claramente pensamos que o espelho está sujo e embaçado. Então queremos limpá-lo, consertá-lo, quando na verdade somos nós que estamos embaçados, confusos de se entender e o espelho está refletindo exatamente isso, que estamos confusos. O problema com alguma pessoa na verdade é apenas a ponta do iceberg de um problema muito mais profundo que temos com nós mesmos. Eu jurava que ele me tirava a paz por não atender minha expectativas quando na verdade eu me tirava a paz por ser insegura e, de certa forma, covarde. E me sentia assim por ter o ego frágil.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Críticas a Mim Mesma [PARTE II] - SENTIMENTOS

Meu ego ressurgiu das cinzas como fênix. Eu poderia jurar que já estava curada desse mal. Mas aprendi mais uma coisa: ego é como gripe, por isso temos que nos vacinar todos os anos antes que ele nos pegue novamente!

Eu estava cheia de pensamentos e sentimentos ruins, então chamei minha velha amiga, a Escrita, e comecei a colocar tudo para fora. Dizem que é bom você registrar e descrever os sentimentos quando eles estão intensos para depois, sóbrio emocionalmente, poder avaliar melhor a forma como sente as coisas com intensidade e analisar se é saudável ou doentio.

O que mais define uma pessoa, na minha opinião, é a forma como ela sente as coisas muito mais como ela pensa e se manifesta. Porque ideias são facilmente aceitáveis quando convincentes, apresentando bons argumentos. E a forma como nos manifestamos pode ser - e quase sempre é - interpretada de maneira errada. Fica difícil definir alguém por conta disso. Não que eu acredite em uma definição absoluta, mas chegamos mais perto do caráter de uma pessoa quando sabemos como ela sente as coisas ao seu redor.

Eu estava tendo sentimentos intensos por algumas pessoas, sentimentos que me perturbavam, que estavam passando a controlar meus pensamentos e minhas ações, que me corroíam. E comecei a cansar de me SENTIR assim. Essa é a palavra-chave. Então peguei um papel e deixei vazar...

Todos conhecem o exercício de falar consigo mesmo para obter algumas respostas, certo? Eu já tentei fazer isso uma vez, mas não obtive sucesso. Eu peguei o caderno, uma caneta e fui questionando algumas coisas como, por exemplo, "por que fulano me ignora?", "por que as coisas acontecem assim comigo?", "por que beltrana não gosta de mim?" e não conseguia passar para a próxima etapa do exercício, ficava estagnada, não conseguia responder. Claro, eu estava fazendo as perguntas erradas! Como eu poderia dar respostas que dependia de outras pessoas? Aquilo não tinha a ver comigo, tinha a ver com elas! Elas é que deviam que se perguntar o porquê de não irem com a minha cara, de me ignorarem ou de fazer certas coisas comigo que eu julgava injusto. A única coisa que cabia a mim era perguntar o porquê de aquilo mexer comigo. Por que EU me SENTIA daquela forma diante de uma tal situação? A pergunta passou a colocar eu como a responsável da situação, não era mais uma pergunta vitimista, onde as coisas acontecem comigo que, coitadinha, não fiz nada de mal para ninguém. A pergunta cobrava de mim! Então pude responder corretamente. E fiquei envergonhada das minhas respostas. Não vou publicar tudo porque realmente me deu bastante vergonha, quase fiquei com nojo de mim. Eu não sabia que eu era tão egocêntrica e narcisista!

Se alguém está estressado com algo e não aguenta mais se sentir assim, faça esse exercício. O processo é desagradável, mas o resultado é ótimo. É como cavar para encontrar um tesouro, mas quanto mais você cava, mais minhocas e vermes aparecem. Mas temos que deixar a vaidade de lado e seguir cavando.

No jainismo dizem que o principal desapego que temos que ter é o da vaidade - não de aparência, mas do que os outros vão pensar de nós se agirmos de tal jeito - porque ele é o rei dos outros apegos. Se desapegarmos da nossa vaidade teremos um vida mais leve, conseguiremos fazer coisas que queríamos, mas tínhamos vergonha e não faremos coisas que fazíamos mais para os outros do que para nós mesmos. Estaremos focados em CRESCER, não em fingir que estamos crescendo, com saltos e outros truques. Porque todos notam quando uma criança está brincando de andar de salto. É visível. E se formos crianças com saltos a possibilidade de torcermos o pé é muito alta. Outra analogia seria limpar a casa estando vestida de gala para impressionar os outros. Ou você faz o que tem que ser feito ou você se foca em impressionar os outros.

Temos que sujar nossa vaidade mesmo se quisermos atingir nossos objetivos.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Críticas a Mim Mesma [PARTE I] - A Escrita

Faz tempo que não escrevo. Sim, há uma postagem recente, mas a data de publicação não revela a data de criação, só revela quando eu decidi tornar público. É bom lembrarem disso.

Escrever sempre foi uma terapia para mim. Talvez por eu ser uma pessoa muito tímida, não conseguia me abrir com as pessoas e tinha um certo receio de alguma aproximação, vi na escrita e na leitura o passaporte para minha liberdade e independência: eu poderia aprender várias coisas sem precisar ter contato direto com pessoas e poderia criar e falar o que eu quisesse sem ser interrompida ou criticada. Pessoas tímidas morrem de medo de serem criticadas...

Não escrevo por ser uma pessoa super criativa. Escrevo porque preciso colocar alguns sentimentos para fora. Algumas vezes em forma de poema, outras em forma de conto, às vezes em forma de roteiro, mas quem vence são as crônicas: são mais diretas, mais claras, não tem entrelinhas.

Sinto saudade de escrever poemas ou contos porque me remete a uma época mais simples da minha vida, onde eu não era responsável pelos meus atos, em que eu era mais jovem, com mais expectativas, mais sonhadora, mais medrosa e, consequentemente, mais misteriosa. Eu inventava artifícios e jogos de palavras para expressar sentimentos e ideias que não ficassem tão claros, pois morria de medo de um sentimento ser expressado claramente e as pessoas o criticarem. Com mistério eu pelo menos teria dos outros o benefício da dúvida, se eu era uma pessoa muito profunda e sábia ou só uma louca que tem sentimentos e ideias absurdas. Eu me escondia atrás do lápis, atrás das folhas.

Hoje eu não me importo em escrever o que sinto. Porque aprendi que críticas fazem parte e que não escrevo para ter aprovação dos outros, mas sim para ter minha aprovação, para me entender melhor, reler o que escrevi e pensar "mandei bem, que orgulho, quero ser você quando eu crescer!" ou "que porcaria, eu devo estar com algum problema mais grave para ter escrito uma idiotice dessas".

Sim, com o tempo algumas preocupações deixam de ser o fim do mundo. Meu ego de me fazer entender para ter aprovação dos outros foi diminuindo e consequentemente a minha timidez também. Mas sei que quando eu precisar, a Escrita estará aqui... E esses dias eu precisei.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Melhores2 Amigos2

Noto que há muitas dicas como estas (clique AQUI para ler) borbulhando por aí. Bah, com tantas dicas na internet, revistas, televisão e tudo o mais as pessoas não aprenderam ainda a serem felizes com seus cônjuges? Fora as dicas que diz que “todo homem gosta de...” ou “toda mulher odeia...” e que generalizam os gêneros, o que vemos são dicas sugerindo mais intimidade.

Não me incomoda ver as pessoas tendo noção de que um casal precisa ter intimidade, cumplicidade, ser melhores amigos... Mas me incomoda ainda terem que dar dicas disso para um relacionamento sério! Afff! Ser amigo da pessoa é fundamental para querer dividir sua vida com ela! Imagina dividir sua única existência na Terra com alguém que você não conta segredos, não se abre, trata como se fosse uma relação formal... Imagina ter um filho, uma criatura que será criada e educada por uma pessoa, com quem você não confia tanto assim para se mostrar de verdade.

É, você não conta seu maior sonho para ela, pois pensa que ela acabará estragando-o ou debochando dele, mas confia a vida de um ser humano nas mãos de alguém que pensa que poderá estragar seus sonhos. Mas, bah... A vida de um ser humano não tá valendo nem um sonho, hein!? Tá baratinho a vida de um ser humano!

Uma cambada de gente tem amizades de mais de 20 anos! Então não me venham com lero-lero de que é assim mesmo, as relações esfriam e não há nada que se possa fazer, a rotina estraga relações, os deveres nos distanciam e bla bla bla! Se uma amizade  pode sobre sobreviver a isso o que dirá de uma amizade que mora com você!

Ah, mas é esse o problema... Muitos casais não são amigos. Atuam numa discussão, atuam na frente dos outros, atuam até na cama! Não são sinceros um com o outro.

“Ah, mas tu acha que o parceiro tem que contar tudo pro outro?”

Sim, ué! Tá com medo de quê? Quem não deve não teme e você SABE muito bem que se não quer contar é porque alguma coisa teme. O que é? Você é procurado pela polícia em dezessete estados?  É tão grave assim, meu Deus? Que foi? Teu universo é tão desinteressante a ponto de querer poupá-lo de ouvir o tédio que é você? Ué, mas não é o que você faz com seus melhores amigos? Como assim “é diferente”? Então o seu cônjuge não é um dos seus melhores amigos? Você perdeu o juízo de dividir sua casa com alguém qualquer que você dorme, divide umas contas, uns filmes quando não tem nada para fazer e nada mais? Ei, pessoa, você está num relacionamento por pressão social! Seja bem-vinda! Não, na verdade, não seja bem-vinda. Nem fique! Caia fora! Xô, galinha!

Essa pressão acontece de maneira básica: Tu se apaixona pela criatura, mas não quer perdê-la. Num ato falho diz que a ama. Vai que com o passar do tempo você acredite que ama mesmo, né? Se der certo, deu. Se não, fodeu. E se não der certo quatro vezes, four-deu.

E pior, se você disse “eu te amo” forçado, não tem como voltar atrás. Agora é só seguir em frente e rezar para que seu cônjuge não descubra essa vergonha que é ser um ser dotado de dúvidas, questionamentos, medos e erros... Um ser humano igual a ele, veja só! Deus te livre disso, né, amigo? Imagina! Você amaldiçoou o amor, agora terá que pagar com saaaaaaangue!! MUAHAUHAUHAUHAUHUAHUAHUAHUHAUHAUHA!

“Ai, não é assim também, Érica... Não exagera!”

Ah, claro que não. Mas a maioria que conheço decidiu “dar uma chance porque essa pessoa me ama e é legal comigo, então vai que... né?”.
Né?

Né que as pessoas estão num relacionamento só porque o outro quis. Porque elas tentaram conversar sobre não apressar e receberam um “então adeus”. E como casar e ter filhos é um curso natural da vida, então... né? Ah, que custa... Vamos ver no que dá.

Veja bem, não estou dizendo que as pessoas têm que ter medo da vida e esperar “o príncipe encantado” ou “a princesa real”, mas vamos combinar que quando você ama alguém você não tem medo! Pense em todas as pessoas que você ama, todas! Então, você se sente seguro com eles? Então por que não se sente seguro com seu cônjuge?

Não tenha medo de voltar atrás. Não diga “sim” como se estivesse no altar para oferecer sacrifício. Não pense que você é tão desprezível que seu cônjuge não merece te conhecer melhor. E não, você não é uma má pessoa por sonhar e imaginar como será o futuro de vocês. Todos que estão apaixonados fazem isso. Às vezes fazemos isso até com amigos! Imaginamos como seriam nossas vidas com essas pessoas... Então, não, se você voltar atrás você não estará traindo seu cônjuge, nem abandonando seus filhos que nem nasceram, nem largando o alto cargo que você sonhou que teria no futuro. Imaginar possibilidades e falar delas é humano. Vai na fé. Não se apegue ao “se eu tivesse tido filhos, como seriam, onde estaríamos morando agora, o que teríamos construído juntos?” que eu sei que você não chuta o balde por causa dessa psicologia barata. Nenhum amigo se ofenderia diante de tais possibilidades.

Aliás, é só reparar que não chove tantas dicas assim para a amizade. “20 dicas para manter a amizade”, “7 coisas que esfriam a amizade depois de um tempo”. Bem, claro que algumas amizades acabam se desfazendo, mas as empresas não lucram com algo que não nos disseram que era para sempre. Nossa decepção e procura por ajuda sobre relacionamento amoroso é justamente porque há toda uma mentira em torno disso: é sublime, é eterno, um completa o outro, esse é o sentido da vida e quem não sente isso está desperdiçando e jogando a vida fora, não está fazendo história na Terra, é um amontoado de células, um lixo humano que não conhece a felicidade e tem medo de viver um grande amor porque é covarde, fraco e... Bitch, please! Começou com uma coisa sublime e terminou te chamando de lixo só porque você não acreditou nesse lero-lero. As pessoas ficam hostis quando você sugere que a vida delas é baseada em argumentos falhos:
1.Ninguém completa ninguém: Não somos incompletos e por isso não precisamos de alguém totalmente oposto para que nossa vida seja equilibrada. Lembre-se de algo que você odeia no seu cônjuge e veja que isso não te agrega nem te completa em nada!

2
Parabéns, você é o único ser humano que conseguiu desvendar o sentido da vida! Fome, violência, tristezas e todas essas coisas não existiriam se as pessoas casassem! Tem mais é que sofrer mesmo! Como ousam desafiar o sentido da vida? Pfff!

3. Faça história na Terra! Case e tenha filhos e viva em função disso! Passe seus genes adiante! Deixe os problemas sociais para pessoas desocupadas e mal amadas que nunca encontraram o amor e estão perdidas por aí, usando sua solteirice para pensar... Lembre-se: Quem pensa, não casa!

4. Não seja covarde, fraco! Mergulhe de cabeça num relacionamento e diga que ama seu parceiro mesmo que não o ame! Você precisa viver esse graaaande amooooor... Deixa de ser maricas!

Pois é, não existem tantas dicas assim para amizade porque amigos se respeitam muito mais que um relacionamento “imposto”.  Se um casal não é amigo, nem todas as dicas do mundo vão ajudar.

Eu já ouvi gente dizer “eu te amo, mas não tenho obrigação de falar contigo todos os dias”! Só que falava com os mesmos amigos todos os dias. Então a desculpa do mau humor não é válida. Se você trata com grosseria as pessoas só porque está de mau humor, então você vai tratar todas as pessoas de maneira grosseira, uma vez que depende unicamente do seu humor. Não vai ficar escolhendo a vítima. Se você a escolhe é porque você está descontando alguma frustração que tem com ela, mas que não tem coragem de dizer.

Eu já ouvi gente dizer que ama sim a outra pessoa, que ela é a razão da vida dela e tal...

Tenho duas coisas a dizer sobre isso. A primeira é que essa linda frase já foi dita por vários assassinos que disseram isso e, se a vítima aceitou, ele foi um doce... Mas que se ela recusou ele disse horrores para a coitada. A segunda é que se fosse realmente a razão da sua vida, você não teria pensado que outra coisa era mais importante. Ama a pessoa com todas as forças, morreria por ela, iria até o fim do mundo por ela... Mas não iria até a cozinha levar o copo que sujou. Menos hipocrisia que essa não cola e quando cola é por pura pressão de “ah, mas dê outra chance, ele é tão legal”...

Hahahahahaha! A gente não casa com as pessoas só porque são legais! Se não eu estaria casada com minhas amigas de escola, meus amigos de infância, meus colegas de curso... Não temos obrigação nenhuma de darmos chance só porque a pessoa é legal ou boazinha. Se fosse tão legal assim não teria sido alvo da nossa rejeição alguma vez.

Mas ai da gente se não dermos uma segunda chance. Aí nós somos radicais, pessoas más e cruéis que não se deve confiar. É, nós é que somos as pessoas que não se devem confiar não quem mentiu que te amava ou que ficou com você por pressão ou pena. É, como somos pessoas más...

O engraçado mesmo é que quando tu sugere terminar o relacionamento, tudo aquilo que a outra pessoa defendia como a mais pura e imutável verdade absoluta do universo, de repente pode ser mudado. Ah, por favor! Esse papinho de perdoar o outro porque a pessoa é mais importante do que estar certo não cola. Se a pessoa quer viver num mundo enclausurado onde o companheiro não pode ter voz porque vai ficar magoada, azar! Quem tá certo, tá certo. Lide com isso! Amigos de anos e anos lidam com isso... Ah, esqueci! Vocês não são melhores amigos, né? Ah, tá, podem se matar então ou fingir que está com a pessoa porque ama muito ela (apesar de ela não ser sua melhor amiga rsrs).

Fica uma reflexão que certa vez eu disse para uma pessoa:

“Tu falaria isso que tu tá me falando nesse tom para tua mãe [figura que a pessoa respeitava muito]? Respeito é para todo mundo, não para um tipo de relacionamento. Se tu não falaria isso para ela por respeito, o que eu devo pensar quando tu fala isso para mim? Que tu não me respeita?”


Regra básica! Não tem essa de namorado x amigo. A pessoa que você está TEM que ser sua melhor amiga! Se não for, não comece um relacionamento nem diga que a ama. Vá ser feliz e para de avacalhar com a sua vida e com a do outro.

domingo, 24 de novembro de 2013

Sobre Boas Intenções...

“A amorosidade sem competência é mera boa intenção” (Mário Sérgio Cortella)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Infância - O bonzinho e O mauzinho

Geralmente pais não ensinam que as pessoas mudam. Eles ensinam que as pessoas crescem, mas não que mudam. Ensinam que o fulano é bom e beltrano é mal. Ensinam as crianças a ignorar quem as faz mal e manter por perto quem as faz bem com a frase “ame quem te ama” que é tão difundida quanto equivocada, pois:
1. Se alguém está dizendo quem você tem que amar, já deixa de ter algo fundamental para que seja amor: liberdade.
2. A frase te conforta com o amor de alguém que já te ama e te ordena a amar igualmente esse alguém. Para quê amar pessoas estranhas? Fique no seu mundinho que vai ficar tudo bem.
3. É contraditório, pois se você ama alguém, esse alguém terá que te amar, porque você o ama e ele tem que amar quem ama ele. Mas você não pode amá-lo porque você só pode amar quem te ama e ele não te ama. Então nem perca tempo investindo.

E ainda dizem que isso é amor verdadeiro. Isso é simplista, uma falsa dicotomia: verdadeiro ou falso. Claro, isso se tratando de pessoas. Pessoas são mutáveis!

Pais não costumam ensinar as crianças que pessoas mudam, mas ensinam quem são os bons e os maus como se já conhecessem todas as complexidades de todas as pessoas do mundo! Surgem com o discurso de que “eu tenho o dobro/triplo na sua idade e sei de tudo, seu pirralho”, inconscientemente, obrigando o filho a depender de uma única fonte de sabedoria. Ou aquele outro discurso de “não interessa, eu que mando” ensinado-o a não questionar uma autoridade, seguir uma hierarquia, mesmo que não faça sentido. É sério que tem pai que quer isso para o filho? Um ignorante que não questiona só porque é uma autoridade?

Isso resulta na incapacidade das crianças de analisarem mais friamente as pessoas, entendê-las e não julgá-las. O dicionário tem muitas páginas por algum motivo: Está cheio de palavras que definem as coisas. Deixe-me dar um exemplo:

Chamam uma pessoa que foi pega na mentira de mentirosa, mas todas as pessoas mentem, nem que seja para encobrir uma festa surpresa. Não há como definir mentirosos de verdade dos mentirosos de mentira porque a mentira é uma ação, não uma característica. Ninguém nasce mentiroso ou é mentiroso 24h por dia. Mas então por que as pessoas mentem? Pensando nas diversas respostas possíveis notaremos uma coisa em comum entre elas: medo.

Ou seja, há uma palavra para definir a atitude dessa pessoa. Ela não é má, mentirosa, serpente, naja, maquiavélica... Ela só está com medo e, no máximo, tem baixa autoestima o suficiente para acreditar que a verdade nunca será o bastante.

Ou chamar uma pessoa que não está satisfeita com a vida que tem e aspira por mais de interesseira.

Sem delongas a cerca de exemplos (penso que a ideia já ficou clara), não existe pessoas imutáveis. Mas as pessoas sempre quererem tachar algo de mau, sempre querem inventar mais um termo pejorativo, já não bastasse os tantos que conhecemos. Parece que nunca estão satisfeitas com o ódio que têm que precisam criar novas formas de odiar.

Há uma quantidade absurda de jovens que têm medo de mudarem de ideia porque isso significaria “trair seus princípios” (não é como se um jovem tivesse certezas absolutas a ponto de pensar que é possível “se trair”), pois apenas coisas podem ser mudadas, atualizadas e descartadas. E a realidade é bem outra: pessoas chegam de um jeito, se transformam e partem de outro jeito. E devemos deixá-las partir sem rancor, sem apego, sem chantagens.

Essa ideia de que pessoas são imutáveis faz com que os jovens entrem em conflito consigo mesmos, pois até ontem estava definido que eles eram crianças boazinhas e, do nada, precisam lidar com uma nova definição: “aborrecentes”. Mas eles não foram educados para lidarem com novas definições ao mesmo tempo em que foram educados para aceitarem definições simplistas. Então ficam naquele dilema de tentar provar que ainda se encaixam na definição de bonzinhos ao mesmo tempo em que não existem flexibilidade e complexidade nas definições e se estão dizendo que todo adolescente é pentelho, então deve ser.


Não são os jovens que naturalmente fazem besteiras. São os pais que os ensinam que jovens só fazem besteira porque no momento em que isso fica pré-estabelecido, os pais não precisam mudar em nada seu modelo de educação. Alguns, inclusive, se ofendem com essa sugestão, esquecendo que são pessoas suscetíveis a erros também. Se colocam num pedestal para que não sejam refutados pelos filhos e dizem que é natural.

Ao contrário do que dizem, pais e filhos não são “todos iguais, só muda o endereço”. Os modelos de educação é que são “todos iguais, só muda o endereço”. Então é só mudar esse modelo.

A não ser, é claro, que se ache normal adultos vivendo intrigas e estresses, tentando, incansavelmente, se provar a todo instante, se apegando cada vez mais às suas próprias ignorâncias, não solucionado os problemas, mas naturalizando-os para que ninguém conteste suas infelicidades.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Infância - Fase Provisória?

Um grande erro dos pais/responsáveis é não ensinar os filhos a discursarem, argumentarem e contra-argumentarem, nem a olharem os dois lados de uma moeda. Porque é rápido, prático e uma medida provisória, eu entendo. Mas há um “porém”.
Sabendo que um ser humano absorve tudo durante a infância, como uma esponja nova, e depois trabalha apenas com o material já absorvido, como que uma fase de desenvolvimento pode ser encarada como provisória?
Muitos pais bem intencionados pregam a juventude como provisória: Pais que não querem um filho com síndrome de Peter Pan, já começam a nos dizer para aproveitarmos esse tempo bom que não volta NUNCA MAIS porque depois virá o “resto da sua vida”, a fase das obrigações. Ou seja, eles mesmos colocam um véu entre uma fase e outra e dizendo que a fase de obrigações é a definitiva (“o resto da sua vida”) e a infância provisória. O resultado desse discurso difundido? Adultos frustrados, insatisfeitos com suas vidas porque aprenderam que o tempo de sonhar deles, já passou. Agora é fazer ou não fazer e tem que acertar de primeira porque o mundo é injusto, cruel, sujo... Quase a casa do capiroto!
Alguns até dizem que é coisa da idade, numa tentativa de naturalizar a situação, a fim de tirarem de si mesmos a responsabilidade de sua incompetência. Quantos de nós já dissemos (e ouvimos) que queríamos ajudar os animais de rua, montar um abrigo para pobres, fundar uma ONG e até agora nada, nem sabemos por onde começar? Imaginem se todas essas pessoas com boas intenções tivessem atitude, conhecimento, empatia! Não é coincidência demais termos esses desejos vivos nos nossos corações, mas não termos tido nenhum conhecimento ou nenhuma lembrança de visitas regulares à asilos, orfanatos ou abrigos durante a infância? Não é coincidência demais termos desejos de revolução em nossos corações, mas não termos nenhum conhecimento ou nenhuma lembrança de conversas sobre a política no país durante nossa "fase provisória", onde o lazer é prioridade e nossas únicas obrigações são os deveres de casa, não aprendendo nada sobre os deveres para com a sociedade?
E quem ainda pensar que essa crítica à "fase provisória" é exagerada pode sempre se perguntar por que, mesmo com tantas pessoas de bem, o mundo anda tão mal.