quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Críticas a Mim Mesma [PARTE II] - SENTIMENTOS

Meu ego ressurgiu das cinzas como fênix. Eu poderia jurar que já estava curada desse mal. Mas aprendi mais uma coisa: ego é como gripe, por isso temos que nos vacinar todos os anos antes que ele nos pegue novamente!

Eu estava cheia de pensamentos e sentimentos ruins, então chamei minha velha amiga, a Escrita, e comecei a colocar tudo para fora. Dizem que é bom você registrar e descrever os sentimentos quando eles estão intensos para depois, sóbrio emocionalmente, poder avaliar melhor a forma como sente as coisas com intensidade e analisar se é saudável ou doentio.

O que mais define uma pessoa, na minha opinião, é a forma como ela sente as coisas muito mais como ela pensa e se manifesta. Porque ideias são facilmente aceitáveis quando convincentes, apresentando bons argumentos. E a forma como nos manifestamos pode ser - e quase sempre é - interpretada de maneira errada. Fica difícil definir alguém por conta disso. Não que eu acredite em uma definição absoluta, mas chegamos mais perto do caráter de uma pessoa quando sabemos como ela sente as coisas ao seu redor.

Eu estava tendo sentimentos intensos por algumas pessoas, sentimentos que me perturbavam, que estavam passando a controlar meus pensamentos e minhas ações, que me corroíam. E comecei a cansar de me SENTIR assim. Essa é a palavra-chave. Então peguei um papel e deixei vazar...

Todos conhecem o exercício de falar consigo mesmo para obter algumas respostas, certo? Eu já tentei fazer isso uma vez, mas não obtive sucesso. Eu peguei o caderno, uma caneta e fui questionando algumas coisas como, por exemplo, "por que fulano me ignora?", "por que as coisas acontecem assim comigo?", "por que beltrana não gosta de mim?" e não conseguia passar para a próxima etapa do exercício, ficava estagnada, não conseguia responder. Claro, eu estava fazendo as perguntas erradas! Como eu poderia dar respostas que dependia de outras pessoas? Aquilo não tinha a ver comigo, tinha a ver com elas! Elas é que deviam que se perguntar o porquê de não irem com a minha cara, de me ignorarem ou de fazer certas coisas comigo que eu julgava injusto. A única coisa que cabia a mim era perguntar o porquê de aquilo mexer comigo. Por que EU me SENTIA daquela forma diante de uma tal situação? A pergunta passou a colocar eu como a responsável da situação, não era mais uma pergunta vitimista, onde as coisas acontecem comigo que, coitadinha, não fiz nada de mal para ninguém. A pergunta cobrava de mim! Então pude responder corretamente. E fiquei envergonhada das minhas respostas. Não vou publicar tudo porque realmente me deu bastante vergonha, quase fiquei com nojo de mim. Eu não sabia que eu era tão egocêntrica e narcisista!

Se alguém está estressado com algo e não aguenta mais se sentir assim, faça esse exercício. O processo é desagradável, mas o resultado é ótimo. É como cavar para encontrar um tesouro, mas quanto mais você cava, mais minhocas e vermes aparecem. Mas temos que deixar a vaidade de lado e seguir cavando.

No jainismo dizem que o principal desapego que temos que ter é o da vaidade - não de aparência, mas do que os outros vão pensar de nós se agirmos de tal jeito - porque ele é o rei dos outros apegos. Se desapegarmos da nossa vaidade teremos um vida mais leve, conseguiremos fazer coisas que queríamos, mas tínhamos vergonha e não faremos coisas que fazíamos mais para os outros do que para nós mesmos. Estaremos focados em CRESCER, não em fingir que estamos crescendo, com saltos e outros truques. Porque todos notam quando uma criança está brincando de andar de salto. É visível. E se formos crianças com saltos a possibilidade de torcermos o pé é muito alta. Outra analogia seria limpar a casa estando vestida de gala para impressionar os outros. Ou você faz o que tem que ser feito ou você se foca em impressionar os outros.

Temos que sujar nossa vaidade mesmo se quisermos atingir nossos objetivos.

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